Tratamento de fotografias de paisagem no Lightroom: tudo o que você precisa saber sobre o fluxo de trabalho no modo Revelação do Lightroom. #Parte 2/4.

Ao entrar no modo Revelação do Lightroom, uma série sofisticada de ferramentas é colocada à sua disposição. Literalmente uma caixa carregada de ferramentas variadas e muito poderosas. Escolhê-las e utilizá-las com prudência e perícia é uma etapa importante para sua imagem dar um salto em impacto.

Os painéis do Lightroom mostram uma lógica de apresentação e ordem. Não erramos quando seguimos a disposição das abas da barra de ferramentas. Contudo, o pós-processo no Lightroom não é simplesmente sair brincando com os botões deslizantes. Além disso, nem sempre precisamos de todos e nem mesmo da maneira que estão lá dispostos.

Vou mostrar nesse artigo e em alguns próximos o melhor fluxo para trabalhar com suas imagens no modo Revelação do Lightroom. Não entrarei em nenhuma ferramenta ou etapa automatizada. Faremos tudo manualmente com a intenção de entender e aprender.

Sumário do post:

Análise da imagem para o tratamento de fotografias de paisagem no Lightroom

Passo muito importante antes de iniciar qualquer ajuste na sua fotografia…
Editar sua imagem não é brincar com os inúmeros botões deslizantes do módulo Revelação, sem saber o que esperar. Não há identidade nesse processo.

Pare na frente da sua imagem projetada no seu monitor e olhe com calma. Dê atenção à sua captura e inspecione com carinho, vislumbrando onde quer chegar, o resultado que quer alcançar no seu tratamento. Determine para isso quais os ajustes, onde e com que intensidade você irá aplicá-los. Onde você quer mais realces, onde deseja mais sombras, onde quer mais cores, onde quer menos cores, onde você quer mais atenção… Para onde você quer levar os olhos do seu espectador.

A partir daí, sua edição será direcionada e terá um propósito. Definitivamente não gosto nem recomendo sair brincando com os deslizantes da Revelação. Isso não é profissional, não traz identidade e vai confundir seu processo criativo ao longo da sua carreira.

Siga um caminho traçado. Procure sempre ir ao ponto, ao seu ponto!

Ajustes globais vs localizados

Lightroom e Photoshop nos oferecem ajustes globais – que afetam toda a imagem, e ajustes seletivos – que podem ser aplicados apenas a determinadas áreas da imagem.

Durante o tratamento da sua imagem, use os ajustes globais com cautela para não haver exagero e evitando que contaminem áreas indesejadas.
Já os ajustes seletivos estão cada vez melhores nas novas atualizações do Lightroom, permitindo muito mais controle sobre cores e faixas tonais da sua imagem. Estão localizados na caixa de ferramentas abaixo do histograma.
Geralmente eu inicio pelos ajustes globais. De maneira sutil. Depois, utilizo mais meu tempo nos ajustes seletivos, para destacar ás areas de maior interesse na imagem.

O Lightroom permite tratar sua imagem de maneira não destrutiva, ou seja, qualquer passo pode ser retrocedido e qualquer ajuste pode ser reajustado a qualquer momento. Isso é uma grande vantagem desse programa tão poderoso.

O processo de edição global

Correções de lentes

Embora a barra de painéis do modo revelação do Lightroom apresente uma sequência de abas que sugere um fluxo de trabalho, eu primeiramente corrijo o perfil da lente e a aberração cromática.

O Adobe Photoshop, Lightroom e o plug-in Camera Raw incluem numerosos perfis de lente, que você pode usar para corrigir aberrações comuns da lente, como a distorção geométrica do cilindro a aberração cromática (aquelas linhas em cores magenta ou verde que aparecem nas bordas dos objetos quanto dispostos em uma área de grande diferença tonal).

A maioria dos perfis de lente também corrigem para a vinheta (quando os cantos de uma imagem parecem mais escuros). Lembremos que quanto melhor a lente, menos distorção ela terá, melhor controle do desvio cromático e de vinheta.

Podemos escolher as opções de correção automática ou fazê-los manualmente.
Na maioria das situações, a opção automática funciona bem. Eventualmente precisaremos avançar para corrigir desvios cromáticos muito intensos que acontecem principalmente em situações de grande contraste tonal, como em fotografias em contra-luz. Dica: sempre amplie sua imagem nessas áreas para conferir.

Alinhamento do horizonte

O próximo passo antes de começar a alterar os slides deslizantes do Lightoroom, é não esquecer de alinhar o horizonte. Não há nada mais desconfortável do que visualizar uma imagem como horizonte desalinhado. Erro básico, amador!

Para retificar o horizonte, entre no modo de corte no painel de ferramentas seletivas (ou atalho “R”) e use o botão deslizante. As linhas da grade que aparecem sobre a imagem auxiliam no alinhamento. Para aumentar ou reduzir o tamanho da grade, use o atalho “Shift + O” no teclado.

Outra maneira que gosto muito também, é usando a régua que funciona de maneira bem intuitiva. Selecione a régua na área das opções do corte da barra de ajustes. Apenas selecione um ponto inicial e deslize a régua sobre a linha reta do horizonte ou de referência do horizonte.

Temperatura/balanço de branco

Chegamos num ponto nevrálgico do nosso fluxo de tratamento de imagem. O equilíbrio do branco.

Nem sempre uma tarefa fácil, algumas fotografias vão carregar o ajuste de cores ideal, contudo, dezenas de outras não. Além disso, o processo é subjetivo. O que está equilibrado pra mim pode não estar pra você.

Acontece que a câmera fotográfica nem sempre lê a cena com a mesma naturalidade que nossos olhos o fazem.

O balanço do branco procura remover projeções de cores não naturais, para que os objetos que se apresentem brancos, sejam vistos realmente brancos nas suas fotos.

O Lightroom oferece 3 maneiras de corrigir o balanço de branco e tentar encontrar o ponto mais equilibrado: 

• Perfis de equilíbrio de branco. Os mesmos encontrados na câmera fotográfica. Automático, Luz do dia, Sombrear, etc.

• Deslizantes de temperatura e cor.

  a) Temperatura: essa barra deslizante deixa a imagens mais fria (mais azul conforme aumenta o valor Kelvin da temperatura) ou mais quente (mais amarela, conforme reduz os valores em Kelvin)

  b) Colorir: equibra tonalidades verde e magenta na imagem.

• Ferramenta seletora. O Lightroom oferece um conta-gotas seletor, que é uma ótima opção para lhe ajudar no ajuste mais acertado do equilíbrio de branco, desde que você saiba que há uma área com cinza na sua imagem. Use esse conta-gotas (sempre) em áreas de cinza claro, nunca em branco ou preto puro (ou sua imagem tenderá para o quente e frio, respectivamente).

É claro que na maioria das situações queremos manter a temperatura a mais fiel possível ao que experimentamos em campo. Como quando fotografamos na hora dourada, por exemplo, nós queremos que a atmosfera esteja quente. Se o balanço do branco gerado pela câmera não foi fidedigno, o ideal é utilizarmos os deslizantes para encontrar a melhor temperatura, que represente nossa cena com naturalidade.

Existe uma infinidade de resultados para serem explorados; procure encontrar uma alternativa que esteja em harmonia com sua ideia de edição. Lembre da cena, da atmosfera, da sua interpretação e busque esse resultado.

Conclusão sobre tratamento de fotografias de paisagem no Lightroom 

Ao entrar no modo de revelação, respire um pouco e analise a sua imagem, buscando as áreas e elementos que deseja destacar, escolhendo entre ferramentas de ajustes globais ou seletivos.

Ao seguir seu processo, procure sempre lembrar da cena vivida por você em campo para adequar o balanço do branco. Não brinque com sua imagem, mas mantenha a naturalidade para que suas sensações também fiéis. Esse é um grande diferencial no desenvolvimento da sua identidade fotográfica.

Agora me diga, o artigo foi útil? Como gosta de ordenar seu processo no Módulo revelação? Como gosta de trabalhar com a temperatura?

Gostaria muito da sua opinião.
Até o próximo post.